Menina perdida,
Menina que brinca no chão de terra batida.
Menina alegre e traquina,
Menina que virou mulher,
Mulher num corpo de menina.
E a vida assim quis,
Que continuasse perdida,
Perdida em busca de sonhos,
Sonhos que se desfazem na espuma do mar.
E luta,
Luta,
Contra a maré - só quer amar.
Há-de chegar a sua hora
Há-de apanhar boleia nas asas de um condor
E conseguir alcançar os sonhos que habitam as nuvens
E ganhar força e coragem para viver de amor.
E transforma-se em
leoa
Que protege quem ama
Que ri mesmo que quando por dentro a sua alma chora
Mas quando o vento sopra forte e a tempestade avança
Prefere a solidão e chora,
Chora,
Chora até que o vento acalme e a tempestade passe,
Qual árvore de raízes profundas
Não tomba, e seus galhos são o refúgio de muita gente
Os que tais que ama, mas que por vezes se engana…
Mas espera,
Espera a tempestade ir embora.
E as suas lágrimas fortalecem as raízes
Que a ligam à terra.
Sim é uma menina mulher,
Que ri
Que brinca
Que grita
Que desespera
Que cai
Que se levanta
Que volta a cair….
E volta a levantar-se
Que continua de pés descalços na terra batida
A criar raízes ….
Para continuar ligada à vida.
Carla Santos Ramada
Abril 2016
In "Perdidamente - Antologia de Poetas Lusófonos Contemporâneos"
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