quinta-feira, 8 de junho de 2017

Pudesse Eu



Pudesse eu …
Voltar a sentir-me apertada em teus braços.
Voltar a beijar-te ainda com mais sofreguidão.
Pudesse eu…
Voltar aos tempos de loucura.
Voltar a sentir o palpitar do teu coração.
Pudesse eu…
Voltar a sentir-me trespassada pelo teu olhar acutilante.
Ter o sol dos teus olhos a aquecer os meus dias.
Pudesse eu…
Deixar-te ir, só para voltares para mim, a morrer de saudades.
Voltar a sentir o teu cheiro em mim, todas as manhãs ao acordar.
Pudesse eu…
Aninhar-me em teu corpo aveludado.
Transformar o presente em passado.
Pudesse eu…
Não!
Não posso!
Pudesse eu…
E voltaria a (re)nascer
A ter alegria
A ter vontade de viver.
Não!
Não posso!
Pudesse eu…
E amar-te-ia ainda com mais intensidade
Feita louca, insana.
Uma louca a rebentar de felicidade.
Não!
Não Posso!
Pudesse eu…

  

Carla Santos Ramada
In "Poesia a cores" GMH
Maio 2017

E se um dia partires…



E se um dia partires,
Deixa ficar a tua poesia em mim.
Deixa que eu conheça os teus segredos, através das tuas palavras.
Deixa!
Quero sentir essa explosão de cores que trazes sempre,
Em cada sorriso
Em cada olhar
Em cada palavra.
E se um dia partires,
Deixa!
Que pincele com as cores do arco-íris
Toda essa alegria
Todo esse amor
Toda essa magia
Todo esse teu jeito único de ser
E se um dia partires,
Deixa!
Porque…
Quero beber-te até ao fim
Quero saborear cada gole
E sentir-te a percorrer as minhas veias 
E se um dia partires,
Antes de morrer
Deixa ficar o teu travo e o teu cheiro
A viver em mim
Só assim será suportável o meu viver.
E se um dia partires,
Deixa!
Que eu me vista de todas as cores - E chore!
Porque…
As lágrimas que por ti chorarei
Tornarão fecundo o meu jardim
E dele brotarão plantas feitas de amor
Porque…
Serei sempre tua.
Mesmo num dia sem sol,
Ou numa noite sem lua.
E depois de partires,
Nesse dia, a minha poesia perderá a cor,
Porque tu deixas-te de a alimentar, com o teu amor.


Carla Santos Ramada
In "Poesia a Cores" GMH
Maio 2017