segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A rapariga que fui

O tempo não afasta os meus passos de ti, a minha grande paixão
Mas a intensidade desse amor parece que fugiu,
Escapou-me por entre os dedos da mão.
Como posso suportar esta dor,
Este coração triste parece que deixou de bater
Como posso viver os meus dias assim,
Sabendo que não vou voltar a amar-te com todo o meu ser
Saudades, meu Deus de sentir o meu corpo todo vibrar
Só de te ver chegar e juntos passar tardes inteiras a amar
A sentir os nossos corpos suados e cansados e não haver horas para terminar.
Que saudades de voltar a ser assim,
Sem idade,
Sem tempo,
Sem cansaço
Sem medo
Quero ó tempo que me leves de volta a todos aqueles momentos
Em que sem pudores, sem preocupações, sem malícia me deixava amar
Em qualquer sítio e em qualquer lugar.
Oh saudade, que doí e faz ferida dentro do meu triste e envelhecido ser
Quero que os meus sonos sejam profundos,
Para nos meus sonhos eu poder voltar a ser,
Aquela rapariga, cheia de força, de alegria e de genica
Ser capaz de voltar a amar o meu amor,

Como quando ainda não sabia o que a palavra saudade significa.

Carla Santos Ramada
In a colectânea "Apenas Saudade" da Papel d'Arroz

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